quinta-feira, 27 de agosto de 2009

"Sub-leitura para pessoas Sub- inteligentes"

Eu assisti a umas duas ou três semanas atrás "Ensaio Sobre a Cegueira" e o filme ainda não me saiu da cabeça...TUDO naquele filme me marcou muitíssimo. E desde então, meio que obrigatoriamente por que minha mente não me deixa em paz, eu comecei a pensar muito sobre toda a mensagem do filme,e sobre outras coisas que eu sempre tive na minha cabeça desde pequena.
E hoje cheguei a um estado calamitoso dentro de mim mesma, um turbilhão enorme na minha cabeça me trás muita dor e angustia.
O mundo é muito errado, as pessoas são muito erradas, é tudo muito corrompido.
As pessoas aproveitam-se das falhas das outras, dos erros da sociedade e do governo para crescer e se darem bem em cima disso.
Ao invés de concertar e reparar os erros, a nossa sociedade aproveita os erros para ser cada vez mais capitalista, cada vez mais egoísta e mais desumana.
O sistema educacional no Brasil é um lixo, tanto o publico quanto o particular, são falhos, são fracos, são corruptos.
E ai entram as pessoas "inteligentes" e criam os cursinhos, e quem pode pagar faz, e aí no cursinho(pelo menos no Poliedro) você tem toda a disciplina que deveria ter tido a vida inteira, toda a educação, carga horária, incentivo, tudo!
E quem não pode pagar? Entra para a mais nova linha de produção de robôs humanos.
São aquelas pessoas que vão trabalhar em um lugar miserável que mal paga o ônibus e o almoço, trabalham oito horas e as vezes, na maioria das vezes , mais que isso, para ganhar uma mixaria de dinheiro, por que precisam sobreviver, precisam dar de comer aos seus pobres filhos que tiveram a infelicidade de nascer em um mundo tão errado.
Quando eu entro no ônibus para ir participar desse sistema absurdo no qual eu vivo, eu vejo as pessoas, mas eu não as enxergo, eu vejo as mesmas caras, as mesmas cores monocromáticas, vejo maquinas sincronizadas, e der repente quando você olha, tem um pequeno grupo dessas maquinas de pé ao redor de uma mesa com uma toalha florida, cheia de bolos e pães e cafés quentinhos, conversando, sorrindo, e quando você vê isso, você percebe que não são maquinas...por incrível que pareça, são pessoas, seres humanos, achando que aquilo é realmente felicidade.
É quando você sente-se um lixo, e se envergonha completamente, por que é por sua causa, é por causa da ganância, da ambição de ter bons estudos que o governo não fornece, é por isso, por que podemos ser ligeiramente humanos nesse mundo de maquinas, por termos algo totalmente insignificante, um papel colorido que diz que podemos, por isso que essas pessoas tem que viver nessa SUB-VIDA, nesse mundo SUB-INTELIGENTE.
Por sermos humanos não permitimos que os outros sejam, e esses outros não permitem que outras menos humanos que eles sejam.
E assim será para sempre, até que o mundo se CEGUE para o capitalismo, para essa ambição e vaidade tão absurda que se faz necessária, para essa sede de poder, de querer dominar o que não é dominável, e enfim parar de fazer um ser humano viver em condições piores que um animal, por nove horas da noite uma criança de três anos estar na rua com a sua avó maltrapilha por que não tem dinheiro para pegar um ônibus de volta para casa

domingo, 16 de agosto de 2009

Escafandro.


"Certo dia, através de uma fina cortina de fiapos, um tênue brilho anunciara o raiar do dia. Meus calcanhares doíam, minha cabeça ainda pesa uma tonelada, todo meu corpo está encerrado em uma espécie de escafandro.

Minha tarefa agora é escrever as inertes anotações de viagem de um naufrago nas praias da solidão.'